ABANDONAR A LUTA? NUNCA
Convencer-se de que o Mundo é uma
série de objectos factos, de determinadas situações que nos escapam não é
fácil, isto porque o controle é a barra das tabelas.
Mas que seríamos nós sem
parâmetros limites e sem as abcissas dos ramos adjacentes?
Contas feitas e tirada a prova
dos noves isto de certeza daria uma totalidade absurda que projectada numa soma
de números, mais seria uma diminuição que uma adição.
O tutoremos aquilo que
verdadeiramente me é necessário.
“Tudo para nada dizer”...Dizeis vós,
porque, por outro lado “os dizeres” nada sois sem uma acção completa duma
execução de factos.
Mas porque Hoje é o agora que
sente e chora
O rodar dos gonzos das porás ancestrais.
Vou abrir com chaves pesadas
portas encostadas.
E
Marinando bem as palavras numa marmita de cobres, chego á conclusão que
as coisas são metade do que poderiam ser, exigem esforço, capital energético
para serem direccionadas no sentido do percurso.
Negar os abismos das pequenas
incidências
Limpando lágrimas secas dos olhos
Agitando ao vento a ultima que pereceu.
Não é o caminho..
Quantas vezes choraram as lágrimas
que engoli.
Quantas vezes me deram conta que
me perdi.
No ritmo afrouxado dos enganos e
desenganos.
Mágoas que magoam
Nesta mais humana certeza dos
encontros e desencontros
Nesta terra que piso
Transpus os versículos duma vida.
Deles desterrei a riqueza que sou
Transplantando-a num vaso de
cristal
Frágil tilintante ao toque.
O toque duma vida
Quebrou-se
Quebrei, o som do ritmo
Cada sonho, cada luta cada passo
que
Plantei.
Ficando assim a assimetria dos estilhaços
transparentes
Espelhando a imagem do que sou.
Pergunto tantas vezes ao sol em
que direcções apontam os seus raios e ele responde sempre: cada dia voltarei e
espelharei sobre a tua face a transparência da teu ser na tua identidade
Utilia Ferrão