Uma “ajuda só é eficaz se quem precisa a aceitar.”
Li esta frase no blog da Fa, mas já a tinha bem presente nos meus pensamentos o que me levava muitas vezes a servir-me desta ideia nas minhas práticas.
E entre o cumprir um dever profissional, executar tratamentos, cuidar da higiene, ás vezes escapa uma outra parte do conforto...
Claro não deve escapar, mas para se dar conforto será que isso depende só de uma prescrição médica, do lavar um doente dos pés á cabeça todos os dias, do posicioná-lo, do alimentá-lo, do administrar a medicação com toda a técnica?
Sim depende, mas nem só...Também depende do compreender a situação, do estado da doença no doente e também o impacto que essa mesma doença tem nessa pessoa, na família, e também na comunidade.
Compreende-se que:
Um doente com dores não pode estar confortável,
Um doente com a fralda suja não pode estar confortável
Um doente cujos tratamentos não são feitos não ficará confortável.
Li esta frase no blog da Fa, mas já a tinha bem presente nos meus pensamentos o que me levava muitas vezes a servir-me desta ideia nas minhas práticas.
E entre o cumprir um dever profissional, executar tratamentos, cuidar da higiene, ás vezes escapa uma outra parte do conforto...
Claro não deve escapar, mas para se dar conforto será que isso depende só de uma prescrição médica, do lavar um doente dos pés á cabeça todos os dias, do posicioná-lo, do alimentá-lo, do administrar a medicação com toda a técnica?
Sim depende, mas nem só...Também depende do compreender a situação, do estado da doença no doente e também o impacto que essa mesma doença tem nessa pessoa, na família, e também na comunidade.
Compreende-se que:
Um doente com dores não pode estar confortável,
Um doente com a fralda suja não pode estar confortável
Um doente cujos tratamentos não são feitos não ficará confortável.
Mas tudo isto é tecnicamente feito e mesmo assim o doente não se sente bem, e nós vemos o desconforto daquelas criaturas।
A dor moral, que afecta a alma e o corpo... essa, nem sempre nos apercebemos . Mas ela corrói a alma e destrói o corpo.
Ou muitas vezes nós enfermeiros até a detectamos mas o tratamento implica tantos “remédios” que nos sentimos incapazes de acção.
Eu chamo a isto: “o paciente está socialmente desconfortável”.
.
Lembro-me daquela Senhora Andina, que no dia de Natal encontrei a chorar.
Como é óbvio perguntei: tem dores? A resposta foi rápida, e foi não.
Perguntei: então porque chora?
“Tenho sete filhos e hoje que é dia de Natal e que faço anos, nenhum se lembrou de mim.”
Concluo que muitas vezes não conseguimos dar conforto, e a frustração apodera-se de nós, neste caso não conseguimos cuidar, faltam-nos os meios... outros que os usuais....
Claro o caso foi tratado com os meios que havia, cantámos os parabéns, valorizámos a paciente, contámos histórias, e ao fim do dia sempre apareceu uma das filhas.
Por fim perguntei-me: nesta história quem precisava de ajuda?
Meios técnicos?
Meios sociais?
Meios Morais.
Recursos humanos?
Fiquei-me assim a pensar....
Para a próxima será melhor, haverá bolo, champanhe, velas flores e a família toda reunida.
Utilia