sábado, 24 de março de 2012

LÁGRIMA NÃO PERDIDA


Aí ... mas de que serve imaginar
Regiões onde o sonho é verdadeiro
Ou terras para o ser atormentar ?

É elevar demais a aspiração,
E, falhado esse sonho derradeiro,
Encontrar mais vazio o coração.

Fernando Pessoa, in Soneto XXXIV
A lágrima caía fazendo um sulco naquela cara rugosa.
Eu queria pegar nela, perguntar-lhe:
_Porque queres nascer, para morreres tão depressa e caíres logo esquecida?
E a lágrima tornava-se cada vez maior,
Tinha sabor a sal, sabor a água, mas era uma lágrima.
Descuidei-me e ela caiu na minha mão.
Confundida no sofrer do outro, procurei a dor mas só encontrei a Vida.
Voltei-me para o sol e senti que não conseguiria viver outro momento igual a este
Ele era único, intenso, meu e só meu, agora e aqui,
Por isso saboreei-o.
Nunca mais voltará...
È o momento de uma lágrima, uma lágrima que agora sorria.
Só quem vive intensamente cada segundo pode compreender o segredo da lágrima
Utilia Ferrão

Do meu blog “DE MÃOS DADAS NA CAMINHADA”
E as lágrimas se fossem analisadas encontrar-se-iam não simples moléculas de água mas sim: amor, dor, tristeza alegria também.
A lágrima que quiseres escolher.

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Um sorriso... mesmo quando tudo e todos se esquecem que ainda vives.
Obrigada